A importância do diagnóstico precoce e do monitoramento da Diabetes
- André Virtos
- 3 de ago. de 2023
- 3 min de leitura

Diabetes é uma doença crônica que afeta a capacidade do organismo de produzir ou utilizar a insulina, um hormônio essencial para regular os níveis de glicose no sangue. A glicose é a principal fonte de energia das células e, quando está em excesso, pode causar danos aos órgãos e sistemas do corpo.
O diagnóstico precoce da diabetes desempenha um papel crucial na prevenção de complicações e no melhor gerenciamento da doença, proporcionando uma melhor qualidade de vida e reduzindo o impacto financeiro do tratamento a longo prazo. Por isso, é fundamental que as pessoas se submetam a exames regulares, especialmente se tiverem fatores de risco para a doença, como histórico familiar, obesidade ou sedentarismo.
Marcadores como Peptídeo C, a Insulina e a Hemoglobina Glicada (HbA1c) são imprescindíveis para o diagnóstico.
Os tipos de diabetes
Existem dois tipos principais de diabetes:
Tipo 1: se caracteriza pela destruição das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. As pessoas com esse tipo de diabetes precisam injetar insulina diariamente para manter os níveis de glicose adequados.
Tipo 2 se caracteriza pela resistência à ação da insulina ou pela deficiência na sua secreção. As pessoas com esse tipo de diabetes podem controlar a doença com medicamentos orais, dieta e exercícios, mas algumas podem precisar de insulina também. Ambos os tipos podem levar a complicações graves, como cegueira, doenças cardiovasculares, insuficiência renal, amputações e até morte. Muitas pessoas com diabetes tipo 2 não apresentam sintomas óbvios no início da doença.
Os sintomas
Os sintomas da diabetes podem variar de acordo com o tipo e o grau de descontrole da doença. Alguns dos sintomas mais comuns são: sede excessiva, fome aumentada, perda de peso inexplicada, cansaço, visão embaçada, infecções frequentes, feridas que demoram a cicatrizar, formigamento ou dormência nas mãos ou nos pés. Muitas vezes, esses sintomas podem passar despercebidos ou ser confundidos com outras condições. Por isso, é importante fazer exames periódicos para verificar os níveis de marcadores que indicam o funcionamento do pâncreas e a resposta à terapia.
Os marcadores de Diabetes
O Peptídeo C é um fragmento que é liberado junto com a insulina na corrente sanguínea. Ele reflete a quantidade de insulina produzida pelo pâncreas e pode ajudar a diferenciar o tipo 1 do tipo 2 de diabetes, além de avaliar a reserva funcional das células beta. O Peptídeo C também pode ser usado para monitorar o efeito de tratamentos que visam preservar ou estimular a produção de insulina, como transplante de ilhotas pancreáticas ou terapia com células-tronco.
A Insulina é o hormônio que permite a entrada da glicose nas células. A sua dosagem no sangue pode indicar o grau de resistência à sua ação ou a necessidade de reposição exógena.
A HbA1c é uma forma da hemoglobina que se liga à glicose. Ela representa a média dos níveis de glicose no sangue nos últimos 3 meses, aproximadamente, e é um indicador do controle glicêmico a longo prazo. A HbA1c também é usada para definir o diagnóstico de diabetes e para estabelecer as metas terapêuticas individuais.
Portanto, os marcadores Peptídeo C, Insulina e HbA1c são ferramentas importantes para o diagnóstico, o monitoramento e o tratamento da diabetes. Eles podem auxiliar os profissionais de saúde e os pacientes a entenderem melhor a doença e a tomarem decisões mais adequadas para prevenir ou retardar as suas complicações.
Referências Bibliográficas
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